sábado, 14 de julho de 2012

Opaco

Cego, arredei meus princípios,
Como prova de pura entrega.
Sem pensar: Embrulhei a mim mesmo,
Encomenda que chega pontual, esperada,
Deixei usar-me.

E, para o amor, me fiz prontidão,
Bati ponto diariamente, dei flores,
Presentes, passeios, vontades,
Sem pestanejos nem alardes,
Inteiramente servo e teu.

Prostrei-me ao sentimento soberano,
Inebriado, teu encanto me compraz.
Em meio ao doce sussurro, o acalanto,
E à comoção de um nobre enlevo sagaz.

Do teu nome, compus alegoria,
O amor, o fiz primeiro plano.
Revesti a sua pele à malha fria,
Rechacei o amargo instinto mundano.

Ante ao imenso esforço compensado,
E ao descompasso do meu coração,
Agradeço a ti pelo bom grado,
Promovendo como válido meu labor,
Entre tantos a ti ofertados,
Em cidades, cerras e vales,
Da amplidão.

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