terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Fracasso


O poema selou seu silêncio.

Não atendeu meus clamores por teimosia
Ou por orgulho e capricho de poesia.

Gritei poema venha.
Disse-lhe ser remédio que me curo,
Chamei-lhe de escudeiro. Poema ouviu,
Lambeu a ferrugem do portão escuro
Que chamou de refeição de cativeiro.

Dei-lhe chave, papel,
Supliquei por respostas.
Poema riu com puro escárnio,
Deu-me dedo, língua, as costas.

Perguntei Poema então
Por que chamado se não sai
Por que melodia de
nenhuma música?

Poema nem sequer me olhou.
Manteve o silêncio.

Mantive
O corpo denso
De sede, dor e culpa
Desse nunca.

2 comentários:

  1. Você está cada vez melhor.
    Parabéns, cunho! <3

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  2. Brigadão cunha!
    E você, como sempre, superando seu "melhor" já muito estimado!
    Só vi o comentário hoje, desculpa a demora de respondê-lo, kkk
    Amo você! <3

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