terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Condição humana


O corpo diz uma rima,
E criva nas rugas
Seu grifo.

A boca tem sede de vida
Declama com a língua
Seu hino.

Uma mão erguida
Pode ser discutida
Pode ser despedida
Ou apenas aceno.

Um olhar percebido
Esconde por dentro
Um grito. Desse olhar
Se crava no peito
Um nome inscrito.

A pele carrega a textura
Inversa do gesto, remendo
De pele e pelo, no homem costura
Qualquer sentimento.

O corpo se veste de corpo
Mas entre a carne e o osso
No dorso, no eixo,
O corpo é texto.

Nas páginas da poesia humana
Emenda-se um verso hermético.
Do vivo poema corpóreo
Se faz um pensar
Sinestésico.

Agradeço de coração a todos os leitores da sinestesia, e deixo a minha alegria sincera de celebrar dois anos do "sinestesicamente falando"! 

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