domingo, 20 de março de 2011

Flashback

       Rebobinei centenas de vezes aquela cena, e cada vez que voltava-a, apreciava cada milissegundo. O brilho dos seus olhos ao refletirem a luz fraca que penetrava pela janela, num vaivém à procura de um encontro com os meus, sujeitos ao seu domínio. E insaciados, os pares de olhos em mim fitados se contentaram em atentar as palavras que saíam de minha boca. O seu perfume que, mais uma vez, adentrava impertinente em minhas narinas e invadiam meu corpo, atiçando-o para frente, encorajando-me a tocar seus longos cabelos para experimentar sua bebida. E sua atenção quase intimidadora em tudo o que eu dizia, que mesmo a deixar-me desconcertado, era capaz de massagear minha áurea, elevar meu espírito ao estado de graça. Mais uma vez rebobinei, e ri, ao me reportar a dificuldade de encará-la e não me sentir encantado. Cheguei a gravar minhas falas, as suas também. E a filmagem guardei com bastante cautela, no compartimento do meu coração dos dizeres “você”.

Um comentário:

  1. eu não sei puq tu ainda insiste em dizer que se inspira em mim. agora é VERDADEIRAMENTE o contrário *-*

    que orgulho de tu, cunho! (L)

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